Réveillon em Berlim: Guia completo

Durante a noite, queima de fogos vista da cidade
06/05/2025 Bárbara Rocha Alcantelado

O Réveillon em Berlim é um caos barulhento com zero formalidade — e é exatamente isso que atrai tanta gente.

A festa principal rola no Portão de Brandemburgo, com palco, shows, DJs e fogos. É gratuito, lotado e intenso. 

Muita gente, bebida na rua e rojão sendo solto de qualquer lugar (sim, qualquer lugar). Se você tem medo de explosivos voando, talvez esse não seja o seu momento.

Fogos oficiais? Sim. Mas o destaque é o espetáculo paralelo da população: gente soltando bomba caseira nos parques, nas ruas e, às vezes, do lado do seu pé. O governo até tenta restringir, mas boa sorte com isso.

Quer algo mais organizado? Clubes como Berghain, Sisyphos e Kater Blau fazem viradas intermináveis. Entrada cara, filas longas, mas festas épicas. Prefere algo menos rave? Bares como Klunkerkranich e Monkey Bar oferecem vista da cidade, aquecimento e menos risco de sair com cheiro de pólvora.

Não tem ceia tradicional, nem clima de festa arrumadinha. Berlim é sobre improviso, liberdade e virar o ano com um gole na mão e frio na cara.

Neste guia, te mostramos onde ficar, como se preparar, onde ver fogos sem se machucar e como curtir o melhor (e sobreviver ao pior) do Réveillon em Berlim.

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O que esperar do Réveillon em Berlim?

Durante a noite, prédios iluminados com queima de fogos no céu
(Foto de Michael Heise na Unsplash)

Estilo da comemoração: Berlim não faz réveillon fofo. É barulhento, desorganizado, selvagem — e, de um jeito torto, icônico. A cidade inteira vira palco de mini raves, fogos aleatórios e festas que duram dias. Nada é muito controlado, e o caos é parte do charme. A virada oficial acontece no Portão de Brandemburgo, com palco, telão, música ao vivo e fogos — mas a festa real mesmo acontece nas ruas, nos clubes e nas esquinas onde você menos espera.

Público: Jovens europeus, turistas desavisados, veteranos de balada e berlinenses que se dividem entre: 1) os que soltam fogos com a empolgação de um piromaníaco e 2) os que se trancam em casa com fone de ouvido cancelando ruído. Não é um lugar pra famílias com crianças pequenas ou pra quem espera um réveillon elegante. É mais pra quem curte rave, festival ou uma boa anarquia organizada.

Festas pagas: Os clubes da cidade são o grande destaque — e muitos fazem festas que atravessam a semana. Berghain, Sisyphos, Ritter Butzke e Kater Blau têm eventos disputadíssimos e praticamente eternos. Há também rooftops e hotéis com jantares mais sofisticados (se você quiser o raro luxo de ver os fogos sem ser atingido por um).

Festas gratuitas: A celebração no Portão de Brandemburgo é gratuita, mas exige paciência: multidão, revista na entrada, e bebida confiscada. O clima é animado, os shows são bons, e a queima de fogos é oficial (ou seja, menos perigosa que o resto). Leve roupa quente e uma dose de tolerância.

Festa na rua: A cidade inteira vira festa na rua — não no estilo “Carnaval”, mas no estilo “berrando na rua com fogos e garrafas na mão”. Não é incomum ver gente soltando rojão no meio da calçada ou numa praça. Legal? Não. Tradicional? Totalmente. Segura? Nem sempre. Vá com cautela.

Festa em barcos: Existem cruzeiros no rio Spree com jantar e vista dos fogos. Boa opção pra fugir do caos e ainda ver Berlim toda iluminada. Só atenção: os ingressos acabam cedo e os barcos não são exatamente silenciosos (música eletrônica faz parte do combo).

Tradições locais:

Berlim não tem tantas superstições quanto outros destinos, mas algumas tradições incluem:

  • Comer lentilhas ou salsichas com chucrute pra trazer sorte e dinheiro.
  • Assistir ao clássico “Dinner for One” (um esquete britânico que inexplicavelmente virou tradição alemã de ano novo).
  • Soltar seus próprios fogos, o que tecnicamente é legal em algumas áreas… mas na prática, todo mundo faz em qualquer lugar.

O que fazer no Réveillon em Berlim (para cada tipo de viajante)

Palco iluminado com pessoas ao redor e luzes coloridas dos lados
(Foto de Abdulmomen Bsruki na Unsplash)

Pra quem quer festa de rua, fogos e gente animada:

  • O Portão de Brandemburgo é o epicentro da virada. Milhões de pessoas, palco com shows, contagem regressiva, fogos de artifício e transmissão ao vivo. Gratuito, bem estruturado — mas lotado.
  • Strasse des 17. Juni vira um corredor de barraquinhas vendendo comida, bebida e lembrancinhas.

Pra quem quer jantar bem e brindar com vista:

  • Hugos (Hotel Intercontinental): jantar de 7 pratos no 14º andar, com vista da cidade e dos fogos. Refinado e premiado com estrela Michelin.
  • Neni Berlin (25hours Hotel): jantar com 5 pratos e clima descontraído. Dá pra esticar no Monkey Bar depois.
  • Roca (Waldorf Astoria): jantar sofisticado com 5 pratos e ambiente elegante.
  • Käfer (terraço do Parlamento): vista privilegiada do Portão de Brandemburgo e menu de 8 pratos.

Pra quem quer balada, música pesada e festa sem hora pra acabar:

  • Kulturbrauerei: 13 pistas, 30 DJs, vários estilos e fogos no pátio. Clássico e democrático.
  • Berghain, Sisyphos e Kater Blau: techno pesado, line-up secreto, festas que duram dias. 
  • Haus Ungarn: 2 pistas de dança e ingresso a partir de €27. Fica perto da Alexanderplatz.
  • Spindler & Klatt: balada elegante à beira do rio Spree, com pista e terraço pros fogos.
  • Pirates Berlin: vista dos fogos, duas pistas, drinks incluídos no ingresso. Mais informal, perto da East Side Gallery.
Paisagem aérea de Berlim com luzes amarelas, carros circulando e construções ao redor
(Foto de XAVIER PHOTOGRAPHY na Unsplash)

Pra quem quer tradição alemã (e cerveja):

Pra quem só quer andar, comer e ver luzes:

  • Mercados de Natal ficam abertos até 31/12 em lugares como Gendarmenmarkt, Charlottenburg e Alexanderplatz.
  • Praças como Tiergarten e Oberbaumbrücke viram pontos de fogos informais — lindos, barulhentos e meio caóticos.
  • Luzes de Natal espalhadas por Unter den Linden, Potsdamer Platz e ruas de Mitte. Ótimo pra caminhar, comer algo e curtir o clima sem pressão.

Onde ficar bem localizado para o Réveillon em Berlim

Quer ficar bem localizado, perto das festas (ou longe do caos)? Essas são as regiões mais práticas:

  • Mitte – Ideal pra quem quer ir a pé até o Portão de Brandemburgo e não depender de transporte depois da virada. É turístico, central e com bons hotéis.
  • Friedrichshain – A área dos clubs. Se você vai passar a virada no Sisyphos, no Berghain ou em alguma festa mais alternativa, aqui é um bom ponto de apoio.
  • Kreuzberg – Fica no meio do caminho entre o centro e os clubes. Tem muitos bares, restaurantes e um clima mais relaxado, sem deixar de ser animado.
  • Prenzlauer Berg – Um bairro mais residencial, com hotéis menores, cafés tranquilos e menos confusão pós-festa. Pra quem quer descansar depois.

Agora, se quiser resolver logo e escolher um lugar certeiro, aqui vão 5 hotéis que funcionam bem nessa época:

  1. Hotel Adlon Kempinski – Luxo clássico de frente pro Portão de Brandemburgo. Dá pra ver os fogos da janela com taça de espumante na mão.
  2. The Circus Hotel – Estiloso, moderno e numa localização prática. Tem bar no subsolo, clima jovem e quartos aconchegantes.
  3. 25hours Hotel Bikini Berlin – Com rooftop descolado e vista pro zoológico da cidade. Tem festa, tem conforto, tem visual.
  4. Hotel Oderberger – Fica em Prenzlauer Berg, num prédio histórico lindo, com piscina interna e café da manhã que salva qualquer ressaca.
  5. Michelberger Hotel – Em Friedrichshain, do lado do S-Bahn e perto de tudo. É o queridinho dos alternativos e dos festeiros organizados.

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Dicas práticas para curtir a virada

Rua de Berlim com pessoas circulando, placas de trânsito e árvores iluminadas por luzinhas de natal
(Foto de Serj Sakharovskiy na Unsplash)
  • Ingressos: Se quiser entrar nos clubes mais famosos (tipo Berghain, Sisyphos, Kater Blau, Ritter Butzke), garanta ingresso com antecedência ou prepare-se pra fila e uma triagem criteriosa. Muitos não divulgam atrações com antecedência, e o clima “secreto” faz parte. 
  • Transporte: O sistema público (U-Bahn, S-Bahn, ônibus e bondes) funciona 24h na virada, com trens extras. Use. Táxi é difícil, app tem tarifa alta, e algumas áreas (como o entorno do Portão de Brandemburgo) fecham pra veículos.
  • Acesso aos fogos: Não há uma queima centralizada tipo “Burj Khalifa vibes”. A maior festa oficial rola no Portão de Brandemburgo, com palco, contagem e fogos — mas tem revista, proibição de garrafas e entrada limitada. Muita gente prefere evitar e assistir de longe, como no Tiergarten ou em alguma ponte sobre o Spree.
  • Dress code: Na rua, vista-se como se fosse dormir num iglu: casacão, cachecol, gorro, segunda pele. Nos clubes, a regra é “pretinho underground básico”. Estilo conta. Saltos e look super produzido costumam não funcionar.
  • Bebidas: É liberado beber na rua, mas fogos aleatórios + multidão bêbada = combinação instável. Dê preferência a bebidas em plástico ou latas. E nunca — nunca — fique perto de gente armada com rojões artesanais.
  • Frio real oficial no Portão de Brandemburgo: Não é só “inverno europeu”. É pé congelando, nariz ardendo, mão dura mesmo com luva. Se você vai encarar a festa do Portão, prepare-se pra passar horas em pé, sem calefação, no vento. Capriche nas camadas, ou aceite que vai sofrer bonito até a contagem regressiva. E não, não tem onde sentar.
  • Horários: A virada na rua começa por volta das 22h. Clubs abrem pouco antes ou logo depois da meia-noite e alguns seguem por dias. Se seu plano envolve rave, vale dormir bem no dia 30 e se alimentar como um atleta de resistência.

Como é o clima em Berlim no fim do ano?

  • Temperatura média: Entre -1 °C e 4 °C. Frio real, do tipo que deixa o nariz vermelho e faz a taça de espumante virar um sorvete em cinco minutos.
  • Chance de chuva/neve: Moderada. Pode cair uma garoa gelada ou até nevar, mas nada garantido. Só garanta que seus sapatos aguentem chão molhado e frio.
  • O que levar: Casaco pesado (de verdade), camadas térmicas, gorro, luvas, cachecol, meias quentes e sapatos impermeáveis. Esqueça o glamour tropical — aqui é sobrevivência fashion.

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