Guia da América do Sul: Quando ir, o que fazer e onde ficar

02/08/2025 Bárbara Rocha Alcantelado

Guia de viagem para a América do Sul

Se você quer saber o que fazer na América do Sul, a primeira coisa que precisa entender é que o continente não foi feito pra viagem redondinha.

É tudo meio gigante, meio desorganizado e completamente fascinante — e é isso que faz a experiência valer a pena.

Todo mundo já viu foto do Machu Picchu, das geleiras da Patagônia ou do Atacama.

Mas o que ninguém fala é que a parte mais interessante da viagem acontece longe desses cartões-postais.

Aqui, as coisas não seguem padrão. Cada país tem seu tempo, sua bagunça, suas surpresas boas (e outras nem tanto).

Em pouco tempo, você sai de uma cidade gigante como Buenos Aires e vai parar no meio do nada — seja uma floresta, uma montanha ou uma praia deserta.

E isso faz parte do charme — se você não for do tipo que precisa de tudo perfeito.

Quem viaja esperando tudo no lugar e funcionando como um relógio, se frustra.

Quem viaja aberto a novidade e improviso, se dá bem.

Neste guia da América do Sul, você encontra o que fazer, onde ficar e as dicas que realmente importam pra aproveitar o continente como ele é — sem expectativa de viagem de catálogo.

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Em um dia de sol, lhama com macchu picchu e montanhas atrás
Viajar pela América do Sul é se jogar no improviso: nada é certinho, mas tudo é intenso, surpreendente e cheio de personalidade. Impossível não se encantar. (Foto de Alex Azabache na Unsplash)

Posts sobre a América do Sul

Informações rápidas sobre a América do Sul

  • Precisa de visto? Brasileiros não precisam de visto na maioria dos países da América do Sul e podem entrar em 9 deles apenas com o RG (em bom estado e emitido há menos de 10 anos): Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Peru, Paraguai, Uruguai e Venezuela.
  • Limite de estadia: Colômbia (180 dias), Bolívia (30 dias), demais países (90 dias). Sempre confira as regras atualizadas antes de viajar — o mundo muda, mesmo que você não perceba.
  • Idioma: Quase todo mundo fala espanhol, com exceção do Brasil e das Guianas. Mas o portunhol dá conta em boa parte dos lugares.
  • Moeda: Cada país tem a sua, então você vai precisar trocar. Em alguns destinos o dólar também é aceito, mas nem sempre vale a pena. Sempre compare antes.
  • Fuso horário: De igual a até 2h a menos que Brasília, dependendo do país e da estação.
  • Vacinas e documentos: A vacina contra febre amarela pode ser obrigatória, especialmente se você vier de regiões endêmicas. Leve o Certificado Internacional (CIVP). No site da OMS, é possível acessar a lista completa.
  • O que dá pra viver por lá: Trilha em Machu Picchu, vinho em Mendoza, deserto no Atacama, pinguins em Ushuaia, salares na Bolívia, praias na Colômbia… Tudo pertinho, com paisagens incríveis e culturas muito diferentes do que a gente vê por aqui.

O que fazer na América do Sul: 10 experiências que realmente valem a pena

Durante o entardecer, paisagem do deserto de sal com montanha atrás
Nem toda viagem precisa de roteiro fechado — às vezes, só uma lista de lugares incríveis já é o ponto de partida. De Cusco a Cartagena, passando por Atacama, Uyuni e Mendoza.

Nem tudo precisa ser um roteiro fechado. Às vezes, uma boa viagem começa com uma lista de lugares que realmente valem a experiência. Aqui estão 10 deles — com o que você pode esperar de verdade:

  1. Explorar o centro histórico de Cusco, Peru
    Cusco é turística até a alma, mas isso não é ruim. Ruínas no meio da cidade, mercados cheios de artesanato e comida que vale cada sol (a moeda). Só respeite a altitude — subir ladeira aqui não é passeio.
  2. Deserto do Atacama, Chile
    O Atacama entrega paisagens únicas, mas exige disposição. Clima seco, frio à noite e preços salgados em San Pedro. Vale pela sensação de estar longe de tudo — porque você realmente está.
  3. Caminhar por San Telmo, Buenos Aires
    Um dos bairros mais autênticos da capital argentina, com feirinhas, tango de rua e cafés antigos. Fomos num domingo e adoramos o clima da feira — ótimo pra quem gosta de garimpar e ver o lado mais boêmio da cidade.
  4. Passeio de barco pelas Ilhas Ballestas, Peru
    Saindo de Paracas, o passeio é rápido e dá pra ver leões marinhos, pinguins e muita vida marinha. A gente achou uma boa opção pra quem não vai até Galápagos, mas quer ter contato com a natureza.
  5. Ver o pôr do sol em Punta Ballena, Uruguai
    Casapueblo é o clássico, mas qualquer ponto da Rambla já garante um pôr do sol bonito. A gente comprou algo pra beber e ficou só curtindo o visual — simples e ótimo.
  6. Vinícolas de Mendoza, Argentina
    O Valle de Uco foi o que mais gostamos: vinhos ótimos, comida boa e vista pra Cordilheira dos Andes. Dá pra fazer tours guiados ou alugar uma bike e visitar as bodegas no seu ritmo.
  7. Passear pelas muralhas de Cartagena, Colômbia
    O centro histórico é lindo, com ruas estreitas e casas coloridas. De dia, o calor é intenso, mas à noite a cidade fica animada e cheia de música. A gente aproveitou bem mais depois que o sol baixou.
  8. Salar de Uyuni, Bolívia
    O deserto de sal impressiona em qualquer época, mas durante a temporada de chuvas vira aquele famoso “espelho d’água”. Fizemos o tour de 3 dias — básico, com certo perrengue, mas uma das experiências mais marcantes que tivemos.
  9. Ilha de Páscoa, Chile
    Os moais são incríveis de ver de perto, mas a ilha também tem praias e trilhas que valem a pena. A viagem exige planejamento (e um bom orçamento), mas se você gosta de destinos isolados e culturais, é única.
  10. Subir no mirante da Basílica de Quito, Equador
    O centro histórico de Quito é bem preservado e cheio de igrejas e praças. A vista do alto da Basílica compensa a subida íngreme. Só fique atento à altitude — a gente sentiu um pouco nos primeiros passeios.

Sugestão de roteiro pela América do Sul: para 7, 10 ou 15 dias

Em um dia de sol com nuvens, paisagem das montanhas coloridas
A América do Sul é melhor aproveitada com foco: em 7 dias, Buenos Aires e Uruguai já rendem uma viagem completa. Com 10, dá pra incluir Mendoza ou Santiago. E com 15 dias, aposte no norte da Argentina ou no Atacama. (Foto de Hector Ramon Perez na Unsplash)

A América do Sul é enorme e variada. Se você tentar ver tudo de uma vez, vai só acumular horas em estrada e aeroporto. Melhor escolher bem e aproveitar direito.

Se você tiver 7 dias: foque em Buenos Aires + Uruguai

  • Comece por Buenos Aires (4 dias):
    Explore os bairros clássicos (Palermo, San Telmo, Recoleta). Caminhe sem pressa, vá em cafés antigos, aproveite os parques. De quebra, encaixe um show de tango — sem vergonha de ser turista mesmo.
  • Colonia del Sacramento + Montevidéu (3 dias):
    Cruze o Rio da Prata de barco. Passe um dia em Colonia (o centro histórico é um charme), depois siga para Montevidéu pra sentir aquele clima calmo de praia urbana. Se der, feche o dia com um jantar no Mercado del Puerto.

Se você tiver 10 dias: encaixe Mendoza ou Santiago

  • Tudo acima, e mais:
  • Mendoza (2 a 3 dias):
    Pegue um voo rápido e vá provar vinhos direto das vinícolas, com a Cordilheira dos Andes de fundo. Se quiser, dá pra fazer passeios de bike entre as bodegas ou só se largar num almoço de três horas de duração.

OU

  • Santiago (3 dias):
    Se preferir mudar de país, vá pra Santiago. Conheça o centro histórico, suba o Cerro San Cristóbal e faça bate-voltas pra Valparaíso e Viña del Mar. A vida noturna em Bellavista também vale o rolê.

Se você tiver 15 dias: explore o Norte da Argentina ou o Deserto do Atacama

  • Tudo acima, e mais:
  • Salta e Jujuy (4 a 5 dias):
    Pega um voo pra Salta. Alugue um carro (ou encare ônibus locais) e vá ver paisagens surreais tipo a Quebrada de Humahuaca, o povoado de Purmamarca e as Salinas Grandes. É a Argentina roots: menos tango, mais empanada e montanhas coloridas.
  • San Pedro do Atacama (4 a 5 dias):
    Se quiser ver o deserto mais seco do mundo, siga pra San Pedro (via Calama, no Chile). Lagunas altiplânicas, Valle de la Luna, gêiseres fumegando de manhã cedo — o pacote todo. Prepare o casaco e o bolso, porque o Atacama não é exatamente barato.

Dica extra: Se resolver misturar Salta + Atacama na mesma viagem, separe mais uns 3 dias no mínimo. Os trajetos são longos, com muita altitude, e você vai precisar de tempo pra não morrer de cansaço (ou de soroche).

Onde se hospedar na América do Sul: nossos guias por cidade

Em um dia de sol, paisagem do mar com ilha na frente e árvores ao redor
Mas se você quiser ficar em um país específico, calma, a gente te dá a solução. Nossos guias mostram as cidades e bairros mais práticos, seguros e bem localizados — com acesso fácil a atrações, restaurantes e transporte, pra você viajar sem perrengue. (Foto de Guillermo Bresciano na Unsplash)

Aqui estão nossos guias com as melhores áreas e dicas de hospedagem nas principais cidades da América do Sul, pra você evitar perrengues e acertar na escolha:

  • Onde ficar em Montevidéu: As regiões mais práticas da capital, perto da Rambla, do centro histórico e com fácil acesso aos melhores restaurantes e atrações.
  • Onde ficar em Buenos Aires: Bairros como Palermo e Recoleta que equilibram boa localização, segurança e acesso fácil às atrações da capital argentina.
  • Onde ficar em Santiago: Dicas de bairros como Providencia e Lastarria, que são práticos, seguros e bem conectados ao metrô, longe do caos do centro.
  • Onde ficar em Lima: Miraflores e Barranco são os bairros queridinhos pra quem quer vista pro mar, segurança e boas opções de restaurantes e cultura.
  • Onde ficar em Montevidéu: As áreas certas pra aproveitar a Rambla, curtir o centro histórico ou ficar perto das praias urbanas sem depender de carro.
  • Onde ficar em Bogotá: Bairros como Zona Rosa e Chapinero, que são seguros e bem localizados pra quem quer evitar o trânsito eterno e estar perto das boas opções de restaurantes e vida noturna.
  • Onde ficar em Cusco: Dicas de hospedagem no centro histórico pra facilitar os passeios e aclimatação antes de encarar Machu Picchu.

Quando ir à América do Sul?

Spoiler: Não existe “uma” melhor época, porque esse continente faz questão de ter todas as estações ao mesmo tempo, dependendo de onde você pisa.

Mas vamos lá, regras básicas pra você não errar feio:

Sul do continente (Argentina, Chile, Uruguai, sul do Brasil)

A melhor época é entre outubro e abril, quando o clima colabora pra passeios urbanos e praias. Cidades como Buenos Aires, Santiago e Montevidéu estão no auge.

Se você gosta de frio ou quer esquiar, vá entre junho e agosto. Só não espere vibe praiana em Punta del Este nesse período, a não ser que você curta vento gelado e silêncio.

Litoral tropical e Norte (Brasil, Colômbia, Venezuela)

Aqui é verão o ano inteiro, só que em duas versões: “seco” e “chuvoso”. Pra pegar sol garantido, vá entre dezembro e março.

Já sabe, né? Fora dessa janela, você pode acabar jogando dominó na pousada enquanto espera a chuva passar.

Andes e Altiplano (Peru, Bolívia, Equador)

A temporada seca, de maio a setembro, é a ideal pra trilhas, Machu Picchu e aquelas fotos épicas no Salar de Uyuni.

De dezembro a março, espere lama, nuvens e a certeza de que seu planejamento foi ruim.

Amazônia e Florestas (Brasil, Peru, Equador, Colômbia)

Quente e úmido sempre. Mas, se quiser minimizar as tempestades tropicais, prefira entre julho e novembro. Spoiler: você vai suar de qualquer jeito.

Conclusão:

Se você quer apostar seguro e não quer estudar geografia climática como se fosse prestar vestibular, vá entre setembro e novembro

Nessa época, a maioria dos lugares está mais amigável, com menos extremos climáticos e menos turistas esbanjando seus looks de safari urbano.

Quando ir para América do Sul: estações, clima e experiência

Estação Meses Clima Experiência Geral
Primavera / Final de Verão Setembro a Novembro 🌤️🌱 15 °C a 28 °C (varia por região: Andes, litoral, selva). ⭐⭐⭐⭐⭐
Verão Dezembro a Fevereiro ☀️🔥 25 °C a 35 °C (Litoral); 🌦️🌧️ tropical úmido em áreas como Amazônia e Pantanal. ⭐⭐⭐
Outono / Final de Verão Março a Maio 🌤️🍂 17 °C a 30 °C. ⭐⭐⭐⭐
Inverno Junho a Agosto ❄️⛰️ -10 °C a 20 °C (Patagônia e Andes + frio), 10 °C a 25 °C (regiões tropicais e costeiras). ⭐⭐⭐
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Dicas extras para sua viagem

Em um dia nublado, conjunto de placas coloridas com área verde e montanhas ao redor
Para curtir ainda mais, lembre-se: Ushuaia é fria o ano inteiro, tem custos elevados e exige planejamento. Opte por pagamentos em pesos argentinos, e saiba as atrações mudam conforme a estação, e os pinguins só podem ser vistos entre outubro e março. (Foto de Alexander Schimmeck na Unsplash)
  • É frio mesmo — o ano inteiro: Mesmo no verão, Ushuaia tem temperaturas baixas. No inverno, o frio aperta de verdade. Leve roupas térmicas, corta-vento, gorro, luvas… e prepare-se pra curtir a cidade em clima de montanha.
  • Não precisa ser expert pra curtir a neve: Se você nunca esquiou, tudo bem. Tem aulas para iniciantes, trenós, caminhadas com raquete, passeios de snowcat… e o visual já vale a viagem. No verão, troque o esqui por trilhas e passeios de barco.
  • O fim do mundo é caro: Ushuaia tem custo alto, tanto em hospedagem quanto em alimentação e passeios. Vale pesquisar com antecedência e, se puder, viajar fora dos picos de temporada (julho e fim de dezembro).
  • Dá pra ver pinguins — mas nem sempre: A temporada dos pinguins vai de outubro a março. No auge do verão, tem até pinguins-rei! Mas fora desse período, eles somem das ilhas.
  • Leve pesos argentinos (ou cartão): Alguns lugares aceitam dólar ou real, mas o câmbio não costuma ser bom. E nem todos os passeios aceitam cartão — principalmente se você quiser reservar direto com agências locais.

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